Nascimento da Olivia

Relatos de Parto 22 de outubro 2020

Nascimento da Olivia

Olivia nasce em 19/12/18, com 41 semanas e 5 dias. Parto domiciliar.

Impossível relatar meu trabalho de parto, sem descrever as semanas anteriores. Minha gestação foi incrível!!! Fiz todas as minhas atividades físicas: Yoga, ballet, drenagens, osteopatia, acupuntura  e me planejei para dar aula até as 38 semanas, sendo q nesse período haveria a possibilidade da Olívia chegar, rsss... Doce ilusão! Completou 39 semanas, 40, 41 e nada...Todos os sábados lá estávamos na consulta semanal com o médico, a grande pergunta era: até quando esperar!?!!! Meu amigo e médico Paulo Fasanelli me olhou carinhosamente e perguntou com todo amor: o q vc deseja? Eu só questionei, até qndo é seguro? E meu marido já falando, vamos aguardar, vamos aguardar, está tudo bem, a Olívia sabe a hora...confesso que cada dia que passava, era uma eternidade.

Decidi me dar um prazo de até 42 semanas, por saber exatamente o dia da concepção.

Ainda na consulta, o médico me propõem o descolamento da membrana. Topei é claro! Um procedimento q se diz dolorido, no meu caso foi bem tranquilo.

Saímos de lá com outra guia para um último ultra-som. Cada dia que se passava era uma eternidade...eu repetia isso para as pessoas.

Segunda feira foi o dia da saída do tampão, foi meleca para mais de metro, rss... Viva!!! Um sinal.

Só me restava respirar, meditar, caminhar, aguardar, me distrair e rezar. E como rezei...rezei tanto, conversei muito com Deus e fiz promessa para a Nossa Senhora, pedi para a Olívia chegar na hora dela, independente da forma de nascer, já não importava mais, a vida dela era o mais importante.

A equipe do parto domiciliar sempre muito prestativa, fazendo os acompanhamentos e me acalmando... Cada dia estava em casa um membro, para me confortar, me acalentar e conversar. Decidimos iniciar as induções naturais. Fizeram um planejamento e eu aceitei!

Segunda feira fizemos um escalda pés, bem quente, para trazer a energia para a terra. Muitos comentaram: “igual faziam antigamente”! Respondi: simmmm gente, parir existe desde que existe o mundo! E nossos antepassados sabem de tudo, essa modernidade fez com que esquecemos das “coisas de vó”, rs.

Chega o dia do ultra-som, estávamos lá, nos três! As notícias não foram nada animadoras. O médico falou q pelo Doppler nada de entrar em trabalho de parto em 7 dias. Já bateu aquele desânimo e na saída ele me olha e diz: “vc ainda não entrou em trabalho de parto pq não tem taxas de cortisol”! Oiiiiii???? Como assim??? Então para parir preciso passar alguma tensão. Ahhhhh!!! Saí de lá desanimada e já conformada com a indução que estava programada para o sábado.

Chegando em casa eu tinha mais duas ações das induções naturais: vaporização e um chá poderoso. Durante a vaporização, confesso que me perguntei, até quando? E chorei... chorei e falei, agora chega. Só tomei o chá pq estava pronto e fui dormir.

Na cama tive aquela conversa com Deus e apaguei, dormi a tarde toda, das 16h até umas 19h. Acordei com uma dor de barriga, diarréia doida!!! Virei uma rainha no trono, isso foi até umas 21h30. As 22h30 aquela dor na barriga que vinha de baixo para cima, eu nem dei importância, porque pelo pouco conhecimento que eu tinha, as contrações são de cima para baixo. Enfim, essas dores começaram a ficar mais constantes. O FT André Carvalho que estava no sofá todo calmo só pedia para eu avisar quando sentisse a dor novamente, mal sabia eu, que ele estava monitorando e cronometrando.

Até que uma dor me fez vomitar. Ele rapidamente ligou para a enfermeira obstetra, que só respondeu: estou indo aí, pede para ela comer e ir para o chuveiro.

Não consegui comer nadaaaa, só fiquei no chuveiro, que era uma delícia!

Em 20 minutos a enfermeira já estava me examinando, fez o toque e... lembro bem das palavras da querida Lucelia Caires: 3 dedos para 4 de dilatação, vc está em trabalho de parto! Vamos comunicar a equipe. Nessa hora eu agradeci! A Olívia chegando na sua hora! Obrigada Nossa Senhora.

Assim seguimos nas contrações, ritmadas, com intervalo de 1 minuto e minha casa foi se transformando e se enchendo de seres de luz: a equipe incrível q me deu toda a assistência.

E para quem pensa que um parto domiciliar não tem monitoramento, era só equipamentos hospitalares: gás de oxigênio; soro; tesouras; piscina enchendo, água... muita águaaa, água até vinda do céu! Chuvaaaa.....!!!!

Meu balcão virou um mini hospital, porém sem aquele cheiro que impregna nas narinas... Cheirava essências especiais que minha doula cuidava com muito carinho: os melhores cheiros e uma boa música.

Ahhh e falando de doula, essa que cuidou do meu bem estar, gente a doula NÃO faz o parto!!!!!! ! E lá estava a querida Cinthya Garcia com seus óleos mágicos, a melhor água com mel q já tomei na vida, o melhor suco de açaí, as mãos que acalentam, a boa conversa e o bom silêncio, ela conseguiu que até o balde para eu vomitar fosse leve e sem censura. Gente eu vomitei muito! E olha q eu só tinha almoçado, mas eu vomitei várias vezes, aliviava. Só errei na escolha do chocolate 100% puro, q negócio ruim kkkkk. Gente eu não tive "partolândia"! Fiquei consciente, aterrada!

As horas se passavam como minutos! Mais um “toque” e lá estamos com 10 dedos de dilatação! Até esse momento achei o período mais difícil em relação as dores, mas confesso que não achei as mesmas muito intensas, já senti piores em relação à físico/emocional.

Mais uma avaliação do sonar ( genteee esse me incomodou), o sonar não é nada demais, um ultra-som bem pequenino q acompanha os batimentos do bebê, mas como as minhas contrações iniciavam pela parte de baixo, eu não gostei nada dele!

Estamos no segundo momento do parto, onde as contrações ficam mais espaçadas e são mais longas de duração. Nos intervalos dava para conversar, descansar e respirar. Quando elas apareciam, lá estava meu maridão lindo como um suporte, achei muito bom fazer sons, para deixar essa força interna ser liberada, o sangue esquentava o corpo, a mente precisa estar equilibrada. E eu como instrutora de yoga e bailarina, achando que faria posturas, dançaria, kkkkkk... que nada!!!!! Não dava tempo! Nesse momento todas nós mulheres somos iguais!!!!!

Chega um certo momento que todos saíram da sala, elas deixaram eu e o André. Fiquei pensando no que estava acontecendo, não era nada, só um momento para me concentrar junto com o pai que também estava sendo preparado para receber a filhotinha. Pai também vive o processo do parto/nascimento junto com a mãe.

Depois de alguns minutos ou hora, não sei ao certo, o tempo era relativo, voltam a equipe e as enfermeiras vestem luvas e todas ficaram na borda da piscina. Foi uma sensação de contemplação todos nós unidos, um clima ótimo! Muito carinho, lembro de ter perguntado se as dores que eu estava sentindo ficariam piores e a resposta foi que não, então estavam bem suportáveis.

Todos nós juntos naquele momento, a Lucélia falou: Gi dá para sentir sua bolsa, pode tocar, se vc apertar um pouquinho vc sente a cabeça da Olívia! 😃 (minha bolsa não rompeu)e também me pergunta se eu estava sentindo vontade de fazer força, respondi q sim, o corpo pedia. Eu experimentei sentar na banqueta de parto, gostei e por ali fiquei. E cada contração que chegava eu fazia mais força, “Gisela a força é para baixo”, “firma os pés no chão”, “força de fazer coco”, a cabeça precisa acompanhar.

Todos nós demos as mãos e fizemos uma oração para a chegada da Olívia! E lá fora muita água vindo do céu, trovões, muita chuva, Deus e os mentores das águas limpando e renovando para a chegada da Olívia! Vem filha!!!

A obstetriz Josi me deu uma homeopatia para ajudar.

Chega um momento q sinto queimar por baixo, “força Gi”... e com uma contração a cabeça da Olívia sai e na outra ela sai totalmente! Vivaaaa! Foi tão rápido q até perguntei: “saiu?” Kkkkkkk. Escuto minha doula dizer: “4h33”! simmmmmmmm a Olívia nasceu!

Foi o maior amor q eu descobri naquele momento! Foi surreal! Não há palavras para descrever a sensação. Aquele "serzinho" que tem o cheiro do céu!!! A temperatura mais agradável. E todos estavam ali, juntos, contemplando o nascimento de uma mãe, de um pai e de uma filha.

A Olívia nasceu como eu sempre desejei: com calma, sem susto, no tempo dela, não sentiu o tralma, sentiu o acolhimento, o amor.

Ficamos ali no nosso tempo.

Após a adrenalina toda fui me recuperar no sofá, a placenta ainda não tinha nascido. A Olívia já veio direto para o peito e mamou lindamente, fez coco...a tia 

O parto humanizado

O parto humanizado não é mais um tipo de parto, como a cesárea ou o parto normal. Não, não se trata disso. Mas, sim das características que o envolvem.

Parto humanizado tem a ver com respeito! Respeito à mulher e à família que está se formando, respeito ao bebê, que merece um nascimento digno, respeito e atenção a todo o contexto que se manifesta.
Tanto o parto normal como a cesárea podem ser humanizados. Depende das práticas de trabalho de cada equipe.
Depende de ter gente que goste de gente.
Assim como nós!

Humanizar é:

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